TENDÊNCIAS - Vale a pena investir dinheiro num empreendimento dentro do Second Life?

Analistas de Internet avaliam as vantagens e riscos que o novo espaço oferece
Por Aline Brandão


Com mais de seis milhões de usuários, transações diárias de cerca de 350 mil dólares e aproximadamente 15 mil negócios rentáveis em funcionamento, o Second Life é o assunto do momento em qualquer mídia que fale de Web. Ele é o pioneiro no que promete virar uma febre: segundo pesquisa do Gartner, 80% dos usuários ativos de Internet terão, até 2011, um avatar em alguma plataforma de realidade virtual. Sony e Nintendo já têm planos de seguir os passos da Linden Labs, criadora do Second Life, e lançarem seus próprios “metaversos” ou universos paralelos.

Para quem ainda não conhece, o Second Life (“SL” para os íntimos) nasceu em 2003 e é um híbrido de rede de relacionamentos, como o Myspace e o também badaladíssimo Orkut, e jogo de simulação em 3D, seguindo um estilo semelhante ao The Sims. No metaverso, o usuário cria uma representação virtual de si mesmo – os chamados avatares – e com ele transita pelos vários ambientes, interagindo com objetos e outros participantes.

Até aí, nada demais. O que tem despertado o interesse dos veículos de comunicação, sociólogos e estudiosos da Internet é a possibilidade de gastar e investir dinheiro de verdade dentro deste mundo paralelo.

“O Second Life é um espaço de socialização virtual que traz a possibilidade de ter propriedades, posses. É um ambiente de negócios como na vida real, especialmente propício a negócios de alta criatividade – diz o Coordenador dos cursos de Administração da Faculdade Módulo, Cláudio Carvajal.

Mundo virtual, cifras reais

Cláudio escreveu um artigo sobre as possibilidades de empreendedorismo dentro do Second Life. Para ele, “a genialidade do SL está no fato de que a moeda corrente, o chamado Linden Dollar (L$), pode ser trocado por dinheiro real e vice-versa”. O câmbio é feito via cartão de crédito, através do próprio site do jogo, e hoje oferece uma vantagem em relação a outras moedas: um dólar corresponde a cerca de 260 linden dólares, taxa bastante favorável para quem está pensando em investir.

Já ficou provado que, com uma boa dose de criatividade, é possível ganhar dinheiro nesse novo espaço de negócios. Grandes nomes do mundo corporativo, como Adidas, Volkswagen, Microsoft e Petrobras, já ocuparam as ilhas que formam o território do SL. Para quem trabalha em TI, as possibilidades são várias: quem tem conhecimentos em programação Java, VB, ActionScript, computação gráfica e design de interface vai se sentir à vontade criando novos itens e animações dentro do jogo. Esses objetos podem ser comercializados para outros usuários.

Foi seguindo um caminho semelhante a esse que Anshe Chung – principal avatar da professora chinesa Ailin Graef – se tornou a primeira milionária do Second Life. Anshe começou produzindo novas animações; com o retorno que recebeu, investiu na compra de alguns terrenos virtuais, onde ela construiu alguns empreendimentos “imobiliários” que seriam posteriormente vendidos ou alugados a outros usuários. Hoje ela detém algumas centenas de terrenos nos servidores da Linden Labs. Seu negócio acabou vindo para o mundo real, onde ela abriu a Anshe Chung Studios, com mais de 60 funcionários de carne e osso.

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