COMPORTAMENTO - Noçao do que é real ou virtual começa a se embaralhar no nosso cotidiano

Autor: Luiz Alberto Marinho - Fonte: Site da Blue Bus

Deu semana passada nos jornais - o cheque avança célere rumo a extinçao. Apenas nos últimos 6 anos deixaram de ser emitidos nada menos do que 1 bilhao de ordens de pagamento em papel. No lugar do falecido cheque assumem os cartoes. No mesmo período, de 2000 a 2006, a quantidade de cartoes de débito emitidos no país cresceu 290%.

Os celulares, entretanto, já se preparam para também disputar esse mercado. As operadoras apostam alto na adoçao do nosso aparelhinho de estimaçao como meio de pagamento, especialmente entre as pessoas sem conta em bancos - para vocês terem uma idéia, há cerca de 102 milhoes de celulares no país, contra apenas 70 milhoes de contas correntes ativas, impressionante.

Esse me parece um bom exemplo da crescente aceitaçao do dinheiro virtual pelo brasileiro comum. O cheque já se foi. Será que o dinheiro vivo algum dia também pertencerá ao passado? Lembro bem do sentimento de insegurança que eu vivi quando adquiri pela primeira vez um bilhete eletrônico da Gol - como poderia comprovar a compra da minha passagem aérea sem um recibo de papel? Hoje aqueles bilhetes coloridos (eram rosa e azul, pelo que lembro) fazem parte da história.

A verdade é que muitas das profecias de Nicholas Negroponte em seu livro 'Vida Digital', de 1996, estao se confirmando. Coisas que antes existiam apenas em forma de átomos agora viraram bits - música, fotos, passagens aéreas, informaçao, dinheiro e até relacionamentos – e nem por isso o mundo acabou. Ao contrário, aquilo que em outros tempos poderia parecer peça de ficçao científica, hoje é encarado com naturalidade por pessoas de todas as idades e classes sociais. E a noçao do que é real ou virtual começa a se confundir em nossas vidas cotidianas, nao é?

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