COMPORTAMENTO - Usuários temem perder privacidade com Google

Plantão Info 18/06/07 - Fonte: Reuters - 18h23


SÃO FRANCISCO - A maioria das pessoas nem percebeu o os planos do Google para penetrar nos cérebros dos usuários.
E isso porque tal anúncio nunca foi feito. Mas o Google, líder mundial entre os serviços de busca na web, é o foco de crescente paranóia quanto ao alcance de seus poderes, à medida que se expande a novos formatos publicitários, da mídia online para o rádio e TV, ao mesmo tempo em que cria dezenas de novos serviços de Internet.
É verdade que a empresa do Vale do Silício tem milhões de pessoas que a informam a cada dia sobre o que lhes passa pelas cabeças, basicamente por meio de simples buscas na Web, gerando montanhas de informação sobre o comportamento dos consumidores.
A empresa usa essa informação para ganhar dinheiro vendendo publicidade. Mas as pessoas que estão acostumadas a procurar produtos anonimamente em lojas ou a assistir TV trocando contentemente de canal consideram irritante a idéia de que, em um mundo virtual, todos os seus movimentos sejam acompanhados.
Conforme as pessoas dedicam mais tempo à Internet e descobrem o volume de informação que o Google vem colhendo sobre seus hábitos e interesses, cresce o temor de que revelações pessoais, embaraçosas ou até mesmo intrusivas, verdadeiras ou falsas, possam estar a apenas uma busca de distância de qualquer interessado.
A declaração de propósitos da empresa propõe "organizar a informação do mundo e torná-la universalmente acessível e útil", acrescentando um lema que se tornou famoso: "É possível ganhar dinheiro sem fazer maldade".
Com as buscas do Google cada vez mais populares, algumas sugestões de noções de privacidade precisam mudar com a passagem do tempo.
"Nós estamos em transição na nossa idéia de privacidade e nós ainda estamos descobrindo meios de tirar juízo dessas pistas implícitas que as pessoas deixam para trás", escreveu o especialista David Weinberger em seu novo livro.
Nicole Wong, a advogada do Google que supervisiona uma equipe de advogados para questões de privacidade, diz não estar surpresa por as pessoas estarem ansiosas ou preocupadas com relação a essas inovações.
"O ritmo de mudança na tecnologia é muito mais rápido, hoje", ela afirmou. "Em lugar de uma geração, ou anos, tecnologias que rompem com o passado agora surgem em intervalos de poucos meses. As normas sociais têm dificuldade para acompanhar esse ritmo de transformação", disse.
Ativistas de políticas de privacidade reclamam do plano do Google no valor de 3,1 bilhões de dólares, para comprar o DoubleClick, que conecta compradores e vendedores de propaganda.
Segundo eles, isso dobraria o número de usuários de Internet com os quais o Google tem contato para mais de 1 bilhão de dólares.
Apenas com uma busca no Google pelos nomes de ex-namorados, colegas de escola ou pessoas que acabaram de conhecer, os usuários podem saber mais sobre seu objeto de interesse.
O Google está testando várias formas de buscas personalizadas na Internet, incluindo o Web History, que permite aos usuários olhar a história cronológica de sua atividade de buscas nos anos anteriores.
Ao oferecer um histórico digital dos interesses diários dos usuários, o Google está dando àqueles que escolhem o serviço um nível nunca visto de observar a própria forma de pensamento.
Os computadores começaram a desempenhar um papel para confissões que antes eram reservados aos padres e pastores locais ou ao psicoterapeuta.
Reuters

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