TENDÊNCIAS - Artigo: Web 2.0 - Quando 1% é muito
25/06/2007 - Por Diego Monteiro
A Web 2.0 significa, a princípio, interatividade, e, como conseqüência, geração de conteúdo pelo usuário. Os céticos em relação à nova tecnologia e a esse novo conceito costumam citar com freqüência uma pesquisa recente que ficou famosa por dizer que apenas 1% dos usuários criam efetivamente conteúdo, restando à maioria a condição de audiência passiva. Segundo a pesquisa, no YouTube, por exemplo, de cada 100 pessoas que acessam o serviço, só uma coloca um vídeo no site.
Esse número de 1% tem levado a uma série de discussões em relação ao futuro da Web 2.0 e sua capacidade de se estabelecer como um modelo de negócios. São especulações que alimentam comentários do tipo "esse negócio não funciona" ou "essa nova internet ainda vai levar tempo para amadurecer".
A questão é que essa percepção é parcial e se esquece de que, na Web 2.0, as pessoas estão no centro do debate. Tudo gira em torno do ser humano. Diferentemente do que acontecia nos modelos antigos, o que está em jogo é a liberdade que se dá ao indivíduo para criar, colaborar, participar. Se ele vai usar ou não essa liberdade é outro ponto, mas que ela está lá à sua disposição na Web 2.0, disso ninguém tem dúvida.
Além do mais, em qualquer lugar, em qualquer momento da história, sempre houve mais ouvintes do que falantes, ou seja, essa tal regra do 1% sempre existiu. Podemos observar essa relação nos exemplos mais simples que quisermos criar. Quando um professor ensina uma equação de matemática em uma sala de 100 alunos, não é raro que apenas um tenha coragem de levantar e dizer que não entendeu (olha o 1% aí). O mesmo acontece quando milhares de pessoas assistem a 22 jogadores em uma partida de futebol ou quando as crianças assistem a uma determinada apresentadora infantil na TV.
A Web 2.0 não veio pra trazer fundamentalmente mais quantidade de emissores ou falantes (apesar disso ocorrer), mas, em essência, democracia. Todos têm chances iguais de competir pela atenção do público, dando espaço para o talento e nada mais. Essa democracia possibilita liberdade de criação, originando um novo espaço de interatividade. E não nos esqueçamos de que o número de usuários de internet cresce a cada dia, assim como tecnologias acessíveis de banda larga. Há cada vez mais gente nesse espaço, permitindo que mais e mais pessoas possam criar conteúdo e disponibilizá-lo na rede. E, como num ciclo virtuoso, com mais conteúdo à disposição, as audiências terão também a liberdade de assistir aquilo que querem, e não mais unicamente o que vem de imposição pelos modelos tradicionais. Quem ainda duvida da Web 2.0, que se prepare para o impacto.
Diego Monteiro é desenvolvedor web e fundador do site de relacionamentos Via6
A Web 2.0 significa, a princípio, interatividade, e, como conseqüência, geração de conteúdo pelo usuário. Os céticos em relação à nova tecnologia e a esse novo conceito costumam citar com freqüência uma pesquisa recente que ficou famosa por dizer que apenas 1% dos usuários criam efetivamente conteúdo, restando à maioria a condição de audiência passiva. Segundo a pesquisa, no YouTube, por exemplo, de cada 100 pessoas que acessam o serviço, só uma coloca um vídeo no site.
Esse número de 1% tem levado a uma série de discussões em relação ao futuro da Web 2.0 e sua capacidade de se estabelecer como um modelo de negócios. São especulações que alimentam comentários do tipo "esse negócio não funciona" ou "essa nova internet ainda vai levar tempo para amadurecer".
A questão é que essa percepção é parcial e se esquece de que, na Web 2.0, as pessoas estão no centro do debate. Tudo gira em torno do ser humano. Diferentemente do que acontecia nos modelos antigos, o que está em jogo é a liberdade que se dá ao indivíduo para criar, colaborar, participar. Se ele vai usar ou não essa liberdade é outro ponto, mas que ela está lá à sua disposição na Web 2.0, disso ninguém tem dúvida.
Além do mais, em qualquer lugar, em qualquer momento da história, sempre houve mais ouvintes do que falantes, ou seja, essa tal regra do 1% sempre existiu. Podemos observar essa relação nos exemplos mais simples que quisermos criar. Quando um professor ensina uma equação de matemática em uma sala de 100 alunos, não é raro que apenas um tenha coragem de levantar e dizer que não entendeu (olha o 1% aí). O mesmo acontece quando milhares de pessoas assistem a 22 jogadores em uma partida de futebol ou quando as crianças assistem a uma determinada apresentadora infantil na TV.
A Web 2.0 não veio pra trazer fundamentalmente mais quantidade de emissores ou falantes (apesar disso ocorrer), mas, em essência, democracia. Todos têm chances iguais de competir pela atenção do público, dando espaço para o talento e nada mais. Essa democracia possibilita liberdade de criação, originando um novo espaço de interatividade. E não nos esqueçamos de que o número de usuários de internet cresce a cada dia, assim como tecnologias acessíveis de banda larga. Há cada vez mais gente nesse espaço, permitindo que mais e mais pessoas possam criar conteúdo e disponibilizá-lo na rede. E, como num ciclo virtuoso, com mais conteúdo à disposição, as audiências terão também a liberdade de assistir aquilo que querem, e não mais unicamente o que vem de imposição pelos modelos tradicionais. Quem ainda duvida da Web 2.0, que se prepare para o impacto.
Diego Monteiro é desenvolvedor web e fundador do site de relacionamentos Via6
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